Nesta manhã, o Papa Francisco recebeu, em uma visita “ad limina”, os bispos dos Países Baixos numa audiência coletiva - devido aos trabalhos do Pontífice desta semana. Uma visita que se deu à sombra de uma forte polêmica que pesa sobre e Igreja holandesa. Milhares de leigos, unidos em associações, escreveram ao Papa (e há algum tempo, alguns estudantes católicos já o haviam escrito) para denunciar “uma Igreja que está à deriva” e para acusar os religiosos de pôr em ação “uma secularização selvagem”, denunciando os obstáculos sociais como a causa para não estarem presentes.
A reportagem é de Marco Tossatti, publicada por Vatican Insider, 02-12-2013. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/2fOABn |
Contudo, após este reconhecimento, o Pontífice fez sua uma das petições dos leigos que assinaram o documento, para que os religiosos abram um diálogo com os leigos para enfrentarem juntos os problemas e as dificuldades: “Fará muito bem para vocês verem, com confiança, os sinais de vitalidade que se manifestam nas comunidades cristãs de suas dioceses. São sinais da presença ativa do Senhor em meio a homens e mulheres de seu país, e que esperam autênticos testemunhos da esperança que nos faz viver, aquela que vem de Cristo”.
A sociedade dos Países Baixos, muito secularizada, experimenta fenômenos como o vazio espiritual, a angústia e o desânimo frente ao futuro e a falta de sentido da vida. O Papa Francisco encorajou os cristãos a contribuírem com sua fé, reafirmando a primazia do homem sobre a técnica e as demais realidades. “E esta primazia do homem pressupõe a abertura à transcendência. Ao contrário, ao suprimir a dimensão transcendental, uma cultura se empobrece”. A educação das consciências, neste sentido, é uma das principais prioridades. Como o Papa Francisco disse aos bispos: “animo-lhes vividamente a unirem seus esforços para responder a esta necessidade e permitir um melhor anúncio do Evangelho. Neste contexto, o testemunho e o empenho dos leigos na Igreja e na sociedade têm um papel importante e deve ser apoiado com força. Todos nós, os batizados, fomos chamados para sermos discípulos-missionários, onde estivermos!”.
E acrescentou, retomando outra queixa contida na carta-manifesto, envida de Utrecht (foto) a Roma: “Em sua sociedade, fortemente marcada pela secularização, animo-lhes também a estarem presentes no debate público, para tornar visível a misericórdia de Deus, sua ternura por cada criatura”. A Igreja, de fato, deve, “sobretudo, despertar, manter a esperança! Por isso é tão importante animar seus fiéis a acolherem as ocasiões de diálogo, tornando-as lugares em que se decide o futuro; assim poderão oferecer seu apoio nos debates sobre as grandes questões sociais relacionadas, por exemplo, com a família, o matrimônio e o fim da vida”.
Francisco dedicou uma última reflexão para a relação dos sacerdotes com o drama dos abusos sexuais. “Como padres, devem encontrar o tempo necessário para acolhê-los e escutá-los cada vez que os peçam. E não se esqueçam de ir ao encontro daqueles que não se aproximam (...). De uma maneira completamente particular, desejo expressar minha compaixão e assegurar minha oração a cada uma das pessoas vítimas de abusos sexuais, assim como às suas famílias. Peço-lhes que continuem apoiando-as em seu doloroso caminho de cura, empreendido corajosamente”.
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