Já em vida a Duquesa Edwiges da Silésia era considerada por muitos como uma pessoa excepcional. Alguns a tinham por uma santa. Os que a viam viver de modo austero, com mortificações e na prática das virtudes cristãs mais difíceis estavam convencidos de sua santidade. Esta convicção era particularmente forte entre os pobres e os doentes. De fato dizem as crônicas que foram eles, enfermos e pessoas humildes que começaram a freqüentar o túmulo de Edwiges na Igreja da abadia de Trzebnica. A superiora do mosteiro, filha de Edwiges, priora Gertrudes, facilitava o acesso dos visitantes e peregrinos à pequena capela de São Pedro, onde se encontrava o túmulo de sua santa mãe.
Os visitantes testemunhavam a grande bondade da Duquesa, divulgavam os fatos de sua constante generosidade e das graças que recebiam através das orações de intercessão de Edwiges em vida.
Após sua morte o povo cristão continuou contando com as suas orações lá no céu.
Com o fluxo de pessoas aumentando aa priora Gertrudes instalou um grupo de vigilantes próximo ao
túmulo e ordenou que fossem registrados por escritos os sinais e graças obtidos pela intercessão da
famosa Duquesa falecida.
O primeiro milagre aceito oficialmente pela intercessão de Edwiges foi registrado em 1249, seis anos
após sua morte. Tratou-se da cura de uma mulher chamada Estanislawa. Ela penava há muito tempo
com uma paralisia que lhe causava feridas constantemente abertas e foi curada pela intercessão de
Edwiges.
Os milagres a ela atribuídos continuaram. Não se conta os casos pequenos e sim os mais evidentes e marcantes. Até o ano de 1267 quando foi anunciada a sua canonização, a ela foram atribuídos 85 casos
de auxílio extraordinário. De três deles tem-se o registro de datas: em 1249 o acima citado; em 1262 o segundo e o terceiro em 1263. Naqueles tempos, segunda metade do século 13, não haviam muitas possibilidades de registro e difusão de informações como hoje. Os fatos eram divulgados oralmente e
muitos detalhes ou eram omitidos ou ampliados. Mas o pouco que se soube com segurança foi mais do
que útil.
Os que sentiam a ação de Edwiges eram de diferentes lugares: Silésia, Pomerânia, Grande Polônia,
Olominiec e Moissen. A diversidade e distância das regiões de onde vinham os necessitados sinaliza
já a difusão da sua inicial devoção.
Os autores de biografia de Edwiges descrevem os peregrinos e dizem que vinham até Trzebnica
descalços, deitados em carroças, apoiados em bengalas ou andando com grandes dificuldades.
Desejavam tocam o túmulo da Santa Duquesa; beijá-lo e às vezes deitar-se sobre ele na esperança de encontrar a cura para seus males. Traziam ofertas de longe: alimentos, objetos, peças diversas.
Algumas coisas eram para sinalizar a cura que desejavam ou que já haviam tido.